Vasco Cordeiro recandidata-se a Presidente do PS/Açores para vencer as próximas eleições regionais
O Presidente do Partido Socialista dos Açores assegurou, esta quarta-feira, recandidatar-se à liderança do Partido na Região, por considerar ter “a experiência, a competência e a capacidade de liderança essenciais para ajudar os Açores a ultrapassar os desafios do Presente e do Futuro”.
Para Vasco Cordeiro, que intervinha durante a apresentação da sua candidatura a líder regional do PS, não está em causa “aquilo que fizemos bem no passado”, mas sim “aquilo que precisamos de fazer melhor no futuro”.
E, a este propósito, o líder socialista explicou a razão de se recandidatar à liderança do PS/Açores. “Aprendi com aquilo que o Povo Açoriano me disse e disse ao PS/Açores em outubro de 2020. O PS venceu as eleições de outubro de 2020. Mas o Povo Açoriano foi claro na sua mensagem de sinalizar descontentamento e cansaço com a forma como o PS/Açores atuava e com a forma como o PS/A governava. Foi claro a sinalizar que, mesmo não querendo mudar o PS/A para fora do Governo, queria que o PS/A mudasse, desde logo, a sua forma de atuar, de se relacionar e de governar”, afirmou.
Mas, a par dessa razão, o dirigente socialista não esquece, também, o facto de ter sido o PS/Açores o partido vencedor das eleições regionais de 2020, razão pela qual assegura “não desistir dos Açores” e não voltar costas “à confiança que o Povo Açoriano maioritariamente manifestou no Partido Socialista”.
Durante a conferência de imprensa que ocorreu na sede do Partido, em Ponta Delgada, o Presidente do PS/Açores defendeu, ainda, que a Região não pode estar condenada ao estado de “degradação, de desilusão e de desânimo” para a qual tem sido diariamente arrastada pelo atual Governo Regional, apresentando-se, assim, no sentido de liderar “uma alternativa séria, competente, capaz e motivada” para fazer face ao crescente pântano político que se vive atualmente.
“A cada dia que passa, este Governo Regional, pela sua incapacidade, pela sua passividade e pela sua inércia, é um fator de degradação crescente das instituições”, referiu o socialista, para defender que ao aliar-se a um partido com posições típicas da extrema-direita, o Governo Regional colocou-se, ele próprio, “como refém permanente desse partido”.
Considerando que o que sobra em “arrogância e demagogia ao CHEGA”, falta em “coragem política ao Governo Regional”, para clarificar todas estas situações, Vasco Cordeiro referiu que as exigências públicas de remodelação do Executivo e a cedência do Presidente do Governo a essas mesmas exigências “degradam essa instituição e minam o sentido institucional de que ela não pode abdicar”. Acrescenta ainda o líder do PS/Açores que, a acontecer, essa remodelação será, “como óbvia e obediente cedência à chantagem do CHEGA”.
Mas ainda em matéria de degradação das instituições, Vasco Cordeiro salienta o crescente mal-estar na Administração Pública regional, “fruto de uma mistura, consciente e premeditada, alimentada por mais membros do Governo Regional do que por menos, entre lealdade institucional e fidelidade política e até pessoal”, e o episódio das Agendas Mobilizadoras, “em que a falta de transparência, a opacidade e os fortes indícios de conluio e de favorecimentos indevidos e ilegítimos, são absolutamente chocantes, ainda para mais num Governo com tão curta existência”, referiu.
Para Vasco Cordeiro, o atual estado da governação regional é ainda caraterizado por um profundo sentimento de desilusão, resultante do fosso criado “entre a expetativa e a ilusão criada pelas declarações pias e a realidade de um Governo que, embora novo na existência, é velho, muito velho nos vícios e nos tiques de que padece”.
“O sentimento crescente na sociedade açoriana é que este Governo Regional não representou, nem representa, um novo ciclo político na nossa Região. Ele constitui, isso sim, pelos seus tiques, pelos seus vícios, pelas suas práticas, e até por alguns dos seus protagonistas, um triste e cinzento regresso ao passado e a simples continuação do ciclo político que foi interrompido em 1996”, afirmou.
Mas, a par da degradação das instituições e da desilusão, o socialista alerta ainda para o facto de os Açores estarem a ficar para trás num conjunto de matérias que, fruto das opções tomadas por este Governo, conduziu ao “fim da operação de transporte marítimo de passageiros e viaturas”, numa clara “machadada na coesão entre ilhas”, à perda de verbas para “a recuperação dos estragos provocados pelo furacão Lorenzo” e, também, das Agendas Mobilizadoras.
Na ocasião, o socialista destacou ainda a falta de proatividade e de empenho face ao projeto do Porto Espacial de Santa Maria, a estagnação do projeto do Terceira Tech Island, o endividamento vertiginoso da Região, a taxa de desemprego que, conforme referiu, em apenas um ano, “passamos da região com a mais baixa taxa de desemprego do País para a região com a taxa mais alta”, à ausência de estratégia para a retoma do setor turístico, ao absoluto silêncio quanto às orientações para o aproveitamento dos fundos do próximo Quadro Comunitário de Apoio, até à recente trapalhada do preço dos combustíveis, para ilustrar a “incapacidade, inabilidade ou incompetência do atual Governo Regional”.
Nesse sentido, e por considerar que os Açores não podem estar condenados a este estado, Vasco Cordeiro apresenta-se enquanto recandidato à liderança do PS/Açores, com “motivação e vontade de poder contribuir para um futuro melhor para a nossa terra” e por defender que a Região precisa de muito mais do que “é proporcionado por este Governo”.